quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Poemas Vermelhos

Ao primeiro toque já sinto um arrepio,
na mente nasce e com as mãos eu copio,
o princípio, é o mesmo, porém com muitos vagando a esmo, 
decidi eu mesmo, vencer meu próprio desafio.

A tinta que suja o papel é a mesma que cria a poesia,
quem diria que sabia oque estava a fazer,
e diante do dever, pude ver que deveria,
escrever sobre coisas que não posso nem dizer.

Alguns usam ela no amor, realmente ela se encaixa muito bem,
nela eu posso compor, propor e expor, oque realmente me convém,
Também, escrevo diante fatos,
muitos juraram algo que hoje não condiz com os seus próprios atos.

Oque faço são apenas textos comuns,
que não agrada a todos somente alguns,
mesmo assim com meus poemas continuo salvo,
não digo o mesmo dos dissimulados,o público-alvo.

Usar a poesia para dar voz a quem não tem,
é usar a cultura para ajudar quem não compreende o seu potencial,
e por mais que afugentem os que persistem,
podemos dizer verdades rindo e ainda assim rimamos no final.

"Os políticos usam mentiras para esconder verdades",
eu uso rimas pra expor a situação,e desde então,
me sinto preso pelo poema, pela atração,
a simples missão de escrever liberdades.


Pouco a pouco um lindo poema se forma,
cada frase tem o seu sentido, propósito e fim,
diante das verdades ele se transforma,
num texto condenatório pros culpados, 
mesmo que não queiram ser chamados assim. 

Eu escrevo para me expressar,
as vezes acabo dizendo oque outros queriam dizer,
acho que seja uma forma de se conectar,
ao que outros poetas escreveriam se pudessem estar aqui pra ver.

Falta empatia, liberdade e igualdade,
somos a maioria e mesmo assim não temos cumplicidade,
é verdade, aprendemos muito com os escritores do passado,
lado a lado com Carlos Drumoond de Andrade.

Era pra ser feliz,mas foi só mais um protesto,
dos antigos sou aprendiz, o sistema eu contesto.

O povo e a cultura estão nadando em um mangue,
totalmente sujo e imundo,
era pra escrever com tintas mas foi escrito com sangue,
do meu pulso para o mundo.


Autor: Ítalo Bruno.








terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Quanto "vale" uma vida?

Hoje em dia o dinheiro fala mais alto,
por isso tanta morte tanto assalto,
o poema eu exalto, e ressalto, a ambição está no coração não somente no planalto.

Foi dada a partida, e quero que você decida,
a pergunta é: "Quanto vale uma vida"?

Da lama sai o seu sustento,
tudo bem até o momento,
uns recebem mil outros milhões
e diante da falta de provisões, nasce o sofrimento.

O brasileiro sempre deu seu jeitinho,
uma maneira de fazer depressa,
negligência que não pode ser expressa,
e agora uma faca atravessa, o coração de brumadinho.

lágrimas rolam e outros perdem o juízo,
desorientados, revoltados, não podem ser consolados, com tamanho prejuízo.

O mineiro viu o minério ser extraído,
terra do queijo, do ouro, do uai, e muito mais,
e agora o povo olha pra tudo destruído, 
que contradição mais intrigante...aconteceu em Minas Gerais.

Depois de Mariana prometeram certas mudanças, o que se achou na lama foram jovens, idosos, mulheres e crianças.

Da argila sai vasos feitos por uma mão, trabalho delicado, humilde mas feito de coração, hoje o seu José chora, ao ver o tamanho da destruição, mesmo sendo artesão, nunca imaginou que transformariam num desastre o que ele transforma em criação.

Valentes e bondosos, muitas vezes corajosos, os que chegam primeiro, tipo guerreiro, suor e esforço trabalho árduo de um bombeiro.

Tentam e lutam pra acharem mais um corpo, que embora esteja morto, pode ser enterrado dignamente e dar a família certo tipo de "conforto".

Cenas fortes que eles veem todo dia,
como esquecer? nem mesmo com terapia,
quem dera laborterapia, mesmo assim eu ainda veria, para onde fosse ir,
enquanto descansamos e cochilamos muitos não conseguem nem dormir.

Enquanto os de terno continuam no interno, fazendo da vida de muitos um inferno, fico até sem palavras dessa vez,
não sei como definir isso...ah sei sim...cobiça, avareza e avidez.

Aqui meus sentimentos para uma cidade tão rica de minérios, brumadinho, onde os ricos impõem seus impérios, mesmo sendo em vão, porque seus bolsos estão cheios mas seus corações não.

Exponham o rico ganancioso que amam o dinheiro mais que as vidas, não se aquiete, fale!
Porque para eles:
" O lucro é o que vale! "

Autor: Ítalo Bruno.

Poemas Vermelhos

Ao primeiro toque já sinto um arrepio, na mente nasce e com as mãos eu copio, o princípio, é o mesmo, porém com muitos vagando a esmo,...